segunda-feira, 23 de março de 2009

Brasil é o país onde mais cresce consumo de produtos de beleza


Mulheres estão frequentando menos o salão, mas usam produtos em casa.

Vendas de lingerie também cresceram 20% nos 2 primeiros meses de 2009.

A turbulência econômica pode derrubar mercados mundo afora, mas, quando se trata de vaidade feminina, as brasileiras mostram que são duras na queda. Mesmo em tempos de crise, o Brasil é hoje o país onde mais cresce o consumo de produtos de beleza e higiene pessoal, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). Em 2008, esse mercado registrou um crescimento em vendas ao consumidor de 27,5%, contra quedas de 0,1% dos Estados Unidos e 3,5% no Reino Unido.

“Ninguém se favorece com a crise. Mas os seus efeitos no setor têm sido menores porque este é um setor que não depende de crédito e sim de renda. Obviamente um batom não substitui uma geladeira, mas a decisão de compra do batom acontece sem grandes preocupações”, explica o presidente da Abihpec, João Carlos Basílio.
Terceiro lugar no ranking mundial
Hoje, o Brasil ocupa a terceira posição no ranking do mercado mundial de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão. Mas é, segundo a Abihpec, o primeiro mercado em desodorante e o segundo mercado em produtos infantis, masculinos, higiene oral, produtos para cabelos, proteção solar, perfumaria e banho.

Para o presidente da Abihpec, João Carlos Basílio, setor depende da renda e não do crédito (Foto: Divulgação/ Abihpec)
“Dados do comércio apontam que as vendas em janeiro de 2009 de produtos do setor tiveram 20% de crescimento em relação ao mesmo período de 2008”, acrescenta Basílio.
Esmalte para unhas
Uma das teorias de analistas do mercado é que esse bom desempenho se deve ao menor consumo de bens duráveis, abrindo espaço para itens mais baratos. Segundo dados do Instituto Nielsen, o volume de vendas de esmalte para unhas, por exemplo, cresceu 4,17% de 2007 para 2008, enquanto o faturamento do setor aumentou 7,24%.

“Antes de cortar, o consumidor vai buscar mudar seus hábitos e buscar novas opções”, explica Filipe Aboláfio, coordenador de Pesquisas Especiais da Nielsen.

“Provavelmente, a crise não terá um impacto forte nesse primeiro momento porque são produtos de uso contínuo. Hoje a dona de casa tem mais opções para trocar de marca, por exemplo.”

É um mercado movido por uma clientela como a analista de vendas Cecília Mattoso, de 26 anos, que sempre separa um dinheirinho para fazer as unhas das mãos pelo menos três vezes por mês.
“Mesmo que faça em casa, dou um jeito de ficar mais bonita. Não abro mão de fazer unha, sobrancelha”, conta.
Menos movimento nos salões
Segundo Esther Gomes Gonçalves, presidente do Sindicato dos Cabeleireiros do Rio, os pequenos serviços foram os que menos sofreram impacto nos salões da cidade. No seu Hair & Beauty, num shopping da Zona Sul carioca, enquanto pedidos de corte e tintura tiveram queda de quase 30%, a área das manicures permaneceu ocupada.

“O serviço de manicure ainda manteve uma procura maior, mas com os cabelos as pessoas estão mais resistentes sim”, conta Esther, que vem buscando alternativas como descontos e vantagens do tipo “pague por um corte e leve uma hidratação”.
Coloração em casa
Essa queda no movimento também pode ser explicada por outros dados da Nielsen, referentes às vendas de produtos de coloração para cabelo, que registraram uma pequena queda (-1,46%) de 2007 para 2008. Segundo Filipe, no entanto, o consumo aumentou entre as consumidores de nível socioeconômico mais baixo e caiu nos níveis mais altos, justamente as que não pintam o cabelo em casa e vão ao cabeleireiro.
“Mulher não gosta de ficar sem fazer a mão, não quer ficar feia. Já com o cabelo elas estão indo menos no salão, ajeitam em casa mesmo”, diz Esther.

Dados do fabricante Wella, por exemplo, revelam que hoje 59% das brasileiras colorem os cabelos. Dessas, 79% usam produtos de coloração em casa.

De acordo com a empresa, as consumidoras estão também cada vez mais jovens: 50% das usuárias de coloração têm 14 e 29 anos, contra 37% em 1997.
Uso maior do protetor solar
Já números divulgados pela L'Oréal Brasil mostram que a preocupação feminina com a aparência vai além dos cabelos: hoje 57% das mulheres usam protetor solar diariamente no rosto. O Fator de Proteção Solar também vem aumentando: se antigamente a opção era pelo FPS 15, hoje 50% das mulheres brasileiras preferem o fator de proteção 30.
A pesquisa sobre hábitos da mulher brasileira mostra ainda que elas tomam em média dois banhos por dia. Além disso, 97% usam água pela manhã para lavar o rosto, enquanto 89% preferem fazer esse ritual à noite.
Lingerie também em alta
O escudo da vaidade feminina para a crise, no entanto, vai além de cremes e afins: segundo a fabricante de lingerie Triumph, as vendas cresceram 20% nos dois primeiros meses de 2009.

A empresa também atribui o resultado ao menor consumo de bens duráveis, o que teria aberto espaço para itens mais baratos no orçamento feminino. A projeção para o ano é de crescimento de 15%.
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Nota: A constante busca desenfreada pela perfeição corporal; o culto à imagem humana, cresce a cada dia. Quando isso acontece, vemos os vários contrastes com aquilo que Deus sonhou para a humanidade. As pessoas que cada dia estão mais consumistas num mundo há muito globalizado, estão dando a mínima para para o que seu criador pensa a respeito de como devem ser empregados os seus meios, e a forma simples e modesta como devem se vestir e ostentar. Quando a satisfação própria toma conta do ser, o que deveria ser O mais importante na vida passa a ficar em segundo plano.

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